O Produtor Cultural opera na articulação das complexas relações que – em interação – produzirão a publicização de um determinado bem cultural, posto em uso ou em circulação, mas de forma mais ampla este profissional é um mediador do processo cultural que deve assumir seu papel de agente de transformação e desenvolvimento dos fenômenos da cultura. Opera, também, na formulação e gestão de políticas culturais, públicas e comunitárias.
Tendo como referência básica para sua atuação profissional a categoria ação cultural, o produtor cultural deve estabelecer uma ponte entre o bem cultural e os muitos agrupamentos sociais. Em linhas gerais estas ações se dão, simultaneamente, enquanto mediação e potencialização dos meios culturais. A partir desta condição, base da identidade do curso, é que se abre a possibilidade da formação de perfis diferenciados do produtor cultural no âmbito da formação artística, do planejamento e da gestão cultural, e da reflexão crítica em arte e cultura.
No contexto da produção artística este profissional lida com todas as etapas processuais do que chamamos ciclo da produção da cultura, a saber: criação, pesquisa, viabilização, difusão, e apoio às múltiplas fruições.
Assim, entre as várias possibilidades de mediação, encontramos algumas linhas principais. Na linha executiva, o produtor cultural cuidará da interface entre a criação artística e a gerência administrativa de produtos e bens culturais, atuando em diversas e diferentes inserções e/ou etapas da cadeia de produção (criação/produção/distribuição/fruição). No contexto do planejamento e da gestão cultural, este profissional estabelecerá metas e estratégias para a implementação de políticas culturais voltadas para os agenciamentos da produção simbólica coletiva junto aos vários âmbitos institucionais e comunitários. No contexto de reflexão critica da arte e da cultura, este profissional poderá desenvolver estudos e pesquisas voltados para uma prática acadêmica ampliada no campo social e inseridos no debate cultural contemporâneo.
Os produtores culturais poderão atuar em Centros Culturais, Fundações, Institutos, Museus, Teatros, Galerias de Arte, Cinemas, Bibliotecas, Escolas, Universidades, órgãos oficiais de cultura (municipais, estaduais e federais), organizações não governamentais (ONGs), indústrias cinematográfica e fonográfica, empresas de televisão e rádio, setores de marketing cultural, empresas de produção artística e escritórios de direitos autorais.
Em pesquisa realizada em 2012, pelo professor Luiz Augusto Fernandes Rodrigues, e publicada na Pragmatizes – Revista Latino Americana de Estudos da Cultura (disponível em http://periodicos.uff.br/pragmatizes/article/view/10354/7191), os egressos do curso estavam atuando nas seguintes áreas:
CAMPOS ATUAIS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS EGRESSOS | % |
---|---|
Produção executiva (projetos e espaços culturais) | 17% |
Produção audiovisual | 12% |
Produtor cultural em órgãos públicos | 9% |
Gestão de projetos culturais | 9% |
Gestores/produtores em suas próprias empresas culturais | 8% |
Magistério superior na área de Produção/Gestão cultural | 7% |
Produção teatral | 2% |
Produção musical | 2% |
Outras áreas culturais | 5% |
Subtotal (trabalho na área de formação) | 72% |
Marketing e comunicação institucional de empresas | 8% |
Trabalho na área de gestão/administração em geral | 8% |
Subtotal (trabalho em áreas correlatas) | 16% |
Outras áreas ou sem resposta | 12% |
(Fonte: RODRIGUES, 2012. Formação e profissionalização do setor cultural – caminhos para a institucionalidade da área cultural)